Parlamentar discursou na sessão solene da Câmara dos Deputados em nome da bancada feminina do União Brasil
A deputada Rosangela Moro (União-SP) representou, nesta quarta-feira (8), o partido durante discurso na Sessão Solene em Homenagem ao Dia Internacional da Mulher e ressaltou a importância de valorizar os avanços históricos das mulheres como ponto de partida para quebrar barreiras e obstáculos.
“Não podemos ignorar todas as nossas conquistas dos últimos anos. Se esses avanços foram alcançados é porque tivemos mulheres que lutaram por eles. Não fosse a audácia de algumas mulheres, que não aceitaram as regras impostas, não estaríamos aqui hoje”, pontuou Rosangela.
A parlamentar relembrou que, há pouco mais de 20 anos, ainda se tinha como parâmetro o Código Civil de 1916, que considerava mulheres relativamente incapazes quando casadas.
“Elas precisavam, inclusive, pedir autorização dos maridos para trabalhar e aceitar herança, por exemplo. Quem se lembra?”, questionou a deputada, lembrando que as mulheres só podiam administrar bens do casal em situações previstas em lei e só podiam exercer seu poder na falta ou impedimento do marido.
Na política não é diferente, pontuou no discurso. Em 1997, quando começou a valer a regra de que 30% das candidaturas deveriam ser de mulheres, apenas 42 vagas das 513 eram ocupadas por mulheres nesta Casa.
Nas últimas eleições foram eleitas 93 mulheres, um recorde. No entanto, a bancada feminina ainda representa menos de 20% dos deputados.
Violência
Outra questão importante ressaltada pela deputada foi a quantidade de manchetes sobre violência contra a mulher e casos de feminicídio na semana que se comemora a data. A cada hora, 4 mulheres foram violentadas no país e pelo menos uma foi morta, por dia, por ser mulher em 2022 – segundo dados da Rede de Observatórios da Segurança.
Rosangela foi clara: “São números assustadores. Era difícil ser mulher antigamente e continua sendo difícil ser mulher hoje em dia”, apontou, pedindo engajamento de todas na aprovação de projetos que promovam garantias às mulheres.
“Muitas mulheres que sequer conhecemos nos permitiram estar aqui e temos a obrigação, também por elas, de continuar discordando, permanecer lutando e erguendo nossa voz para que a nossa vontade seja respeitada. Precisamos continuar falando, alto se preciso, para que nossa participação não seja somente aceita, mas seja efetivamente realizada”.
Educação
A educação das gerações futuras também foi ressaltada pela deputada como essencial para mudar paradigmas.
“Como mulheres somos também responsáveis pelos homens das futuras gerações e temos em mãos a excelente oportunidade de ensinar aos nossos filhos e filhas que somos cidadãs, dignas de respeito, somos capazes e temos o direito de direcionar a nossa vida da maneira que desejarmos”, acrescentou.
Lutar por dias melhores e punir quem desrespeita as mulheres foi a primeira proposta em projeto de lei da deputada federal. Apresentado em fevereiro, o Projeto de Lei nº 514/2023 pretende combater uma forma cada vez mais comum de violência contra a mulher com penas mais duras para divulgação de imagens de mulheres sem consentimento.