Na Tribuna da Câmara dos Deputados, parlamentar questionou ação no STF que tenta anular multas por acordos de leniência
Partidos de esquerda entraram com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender pagamentos de acordos de leniência que somam R$ 8 bilhões. A iniciativa foi questionada pela deputada Rosangela Moro (União-SP) em discurso na tribuna da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (30).
“Nem as empresas condenadas estão adotando medidas judiciais para não pagar as multas que devem e a esquerda está advogando para as empresas devedoras da Justiça. Por que a esquerda faz isso? Por que estão abrindo mão desse recurso?”, questionou a parlamentar.
ADPF da esquerda no STF
A ação a que a deputada se refere é uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) do PSOL, PCdoB e Solidariedade. As legendas defendem que sejam suspensos todos os pagamentos de acordos de leniências firmados antes de agosto de 2020.
Estariam incluídos os acordos feitos por empreiteiras do cartel investigado pela Operação Lava Jato: Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, UTC e Camargo Corrêa.
Elas confessaram ter formado cartel para fraudar contratos da Petrobras e outras estatais, além de terem confessado pagar propina a agentes públicos e políticos. Os acordos das cinco principais companhias somam R$ 8,1 bilhões. Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), pouco mais de R$ 1 bilhão foi quitado até hoje.
“A esquerda final sabe pegar dinheiro da iniciativa privada, onerar ainda mais quem produz riqueza nesse país, prejudicar o agronegócio quando manda representante falando mal do nosso agro e dificultando nossa relações comerciais, ou seja, está mandando nosso suado dinheiro para o ralo. Por que fazem isso então? Porque são empresas que esse partido [PT] manteve relações espúrias, como a Lava Jato mostrou”, ressaltou a deputada.
E completou: “Não podemos e não vamos concordar com isso”.